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Protógenes chega à fronteira, mas não consegue entrar na Líbia.


Deputado voltou no domingo após dois dias na fronteira com a Tunísia.
Ele viajou em comitiva para monitorar ataques da Otan.

Renan RamalhoDo G1, em Brasília
O deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B- SP), que viajou na semana passada com uma  delegação de brasileiros para a Líbia, chegou ao Brasil neste domingo (21) sem conseguir entrar no país árabe.
Apesar das tentativas, Protógenes disse que não conseguiu ingressar em território líbio por causa das restrições impostas pelas próprias autoridades da Tunísia. O objetivo, disse, era negociar, junto com delegações de outros países, uma renúncia pacífica do ditador Muammar Kadhafi.
Protógenes e Brizola Neto, também deputado,  aguardando o cessar fogo da OTAN na cidade de Zawia para atravessar para Tripoli (Foto: Arquivo Pessoal)Protógenes e Brizola Neto, também deputado, aguardando o cessar fogo da OTAN na cidade de Zawia para atravessar para Tripoli (Foto: Arquivo Pessoal)

Após passar dois dias na fronteira entre Tunísia e Líbia (veja imagem acima, publicada no site Facebook e reproduzida com autorização da assessoria do deputado), Protógenes relatou aoG1 a situação na cidade de Ben Gardane, do lado tunisiano, que teve as ruas tomadas por refugiados após o bombardeio, realizado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na semana passada.
O deputado esteve na região nas últimas quinta (18) e sexta (19), numa comitiva de nove brasileiros convidados pela ONG The Non-Governamental Fact Finding Commision on the Current Events in Libya. Segundo ele, para levar a delegação ao país, a ONG contou com o apoio do governo de Kadhafi. A missão, integrada também pelo deputado Brizola Neto (PDT-RJ), teve como finalidade monitorar os ataques da aliança militar ocidental. As passagens foram bancadas pela entidade, segundo o deputado.
“Cheguei a ver milhares de pessoas espalhadas pelas ruas da cidade, que não tem hospitais e enfrenta escassez de alimentos”, disse Protógenes. A maioria, diz, é oriunda de Zawyiah, cidade a cerca de 160 km dominada pelos opositores de Kadhafi.
A Líbia está em guerra civil desde fevereiro deste ano, quando forças rebeldes iniciaram protestos para exigir a saída de Kadhafi, no poder há 42 anos. A queda do regime se tornou iminente com o avanço dos rebeldes, apoiados pela Otan, sobre a capital Trípoli.
“Ouvi viajantes que diziam que Zawyiah estava com prédios totalmente destruídos. Faltava comida e os preços ficaram dez vezes o preço praticado”, conta o deputado.
Em Ben Gardane, diz Protógenes, a maioria dos refugiados é oriunda de Zawyiah, cidade a cerca de 160 km também tomada pelos rebeldes e um dos últimos redutos de Kadhafi.
'Tensão'
Estabilizada após a revolta que derrubou do poder o ditador Zine el Abidine Ben Ali, em janeiro, a Tunísia viveu, nos últimos dias, um novo momento de tensão, com a tomada de cidades da vizinha Líbia pelos rebeldes.
Protógenes critica a ofensiva da Otan e conta que a tomada da cidade fez a Tunísia enviar tropas para a fronteira. “O risco de agressões mútuas pode levar uma verdadeira carnificina na região e até a um novo conflito”, alertou.
Dentre os países do norte da África que passam, desde o início deste ano, por revoltas populares, a Tunísia foi o primeiro a assistir à queda de um regime ditatorial, que durou 23 anos sob o comando de Ben Ali. Eleições livres estão marcadas para outubro.
“A Otan fez uma invasão semelhante à do Iraque, visando o domínio econômico da área, sem a mínima disposição para o diálogo”, declarou.
Em março, a ONU autorizou o controle do espaço aéreo da Líbia pela Otan, com o objetivo de evitar ataques das forças fiéis ao regime a populações civis. Na época, o Brasil se absteve, junto com Rússia e China, contrariando Estados Unidos, Reino Unido e França.
Fonte: G1 Globo.

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