'Continuo pré-candidatíssima', diz Marta após encontro com Lula.

Segundo Marta, Lula argumentou sobre a importância de manter a vaga no Senado para garantir sustentação ao governo Dilma, mas ela contra-argumentou com sua paixão por São Paulo. "Ele também falou que a coisa mais importante na ideia dele é o Senado, que ele perdeu governadores para eleger senadores, mas não falou necessariamente da minha postura. Eu falei para ele que considero também o Senado muito importante, mas tenho uma paixão pela cidade de São Paulo e acho que desta vez dá para ganhar."

Ainda segundo Marta, o ex-presidente Lula considera que o ex-governador José Serra não será candidato à Prefeitura de Sâo Paulo em 2012. "Acho que o candidato mais forte é o Serra e acho que tenho condições de ganhar do Serra. Ele (Lula) falou para mim (que o Serra não seria candidato) e eu falei que ele estava errado", disse Marta.

Lula manteve encontros individuais e reservados nesta segunda com quatro dos cinco pré-candidatos do PT à Prefeitura de São Paulo: o  ministro da Educação, Fernando Haddad, apoiado por Lula,  Marta Suplicy, e os deputados federais Carlos Zarattini e Jilmar Tatto.

O primeiro encontro foi com o ministro da Educação, Fernando Haddad, que afirmou acreditar na possibilidade de prévias. "São cinco postulantes. Tudo caminha para isso", disse.  Apenas Eduardo Suplicy não agendou um horário para conversar com o ex-presidente nesta segunda-feira.

O deputado federal Jilmar Tatto afirmou que manterá sua candidatura e que existe a possibilidade de prévias. Tatto rejeitou a ideia de que Marta esteja isolada ou que as suspeitas de irregularidades no Ministério do Turismo a atinjam. "Ela não está isolada. Foi eleita senadora por São Paulo. Tem 30% nas pesquisas. Até eu queria estar isolado desse jeito", afirmou.

Tatto saiu da reunião afirmando que ficou animado com o encontro. De acordo com ele, Lula disse que não vai interferir na escolha do candidato petista e prometeu apoiar o nome escolhido pelo partido. Para Tatto, Lula defende a ideia de que apenas nomes novos se apresentem.

Em agosto, a Executiva Municipal do PT em São Paulo divulgou resolução determinando que, durante o processo eleitoral de 2012, fará oposição ao prefeito Gilberto Kassab, criador do PSD, lutará por candidatura própria e defenderá a realização de prévias caso não haja consenso. Segundo o documento, esse consenso não pode ser imposto.

A resolução afirma que buscará o diálogo com as outras instâncias do partido (estadual e nacional), mas deixa claro que não aceitará imposições. "A direção municipal, em conjunto com as direções nacional e estadual, tem a responsabilidade e a tarefa de buscar garantir a unidade partidária e a construção de uma candidatura de consenso. Mas esse consenso não será verdadeiro caso seja imposto. Ele deve ser fruto do debate político, da compreensão comum da conjuntura e dos desafios colocados ao PT para o próximo período", afirma o documento.